Parece que foi ontem que eu tomei uma das decisões mais importantes e esperadas da minha vida. Parece que foi ontem que eu tive uma das minhas maiores experiências espirituais. Parece que foi ontem que eu estava aqui, escrevendo sobre minha decisão de servir missão e aguardando ansiosamente pelo meu chamado. 

O dia chegou! Eu finalmente descobri o lugar em que moram as pessoas que o Pai Celestial está preparando para que eu possa ensinar. O lugar que vou morar durante 18 meses e passar por alguns dos melhores momentos da minha vida. O lugar em que a Muri mais desejava estar nesses próximos meses, já que o noivinho dela está lá (hahahaha te amo, miga.)

Maceió - AL, Brasil. Minha missão. Meu amor. Agora, um dos meus lugares favoritos do mundo inteiro. Descrever o sentimento que eu tive ao ler meu chamado missionário é humanamente impossível. Eu só posso dizer uma coisa: eu sei, sem sombra de dúvidas, que é o lugar que o Pai Celestial reservou pra mim. Eu sei, sem sombra de dúvidas, que a escolha da nossa missão é realmente feita por revelação divina. 

Eu ainda não fui para o campo missionário, mas já pude aprender um fato: é possível amar algo ou alguém que você nem mesmo conhece. Sim, eu já amo as pessoas de lá. Sim, eu já amo meus presidentes de missão. Sim, eu já amo minhas futuras companheiras. Sim, eu já amo minha missão. 

Partirei para o campo no dia 3 de agosto de 2016 (um dia depois de fazer 19 aninhuuuus hahaha). Se eu devo a alguém a minha felicidade diária é a Jesus Cristo. Ele que abriu as portas para que um dia eu possa voltar a viver na sua presença e na presença de meu Pai. É ele quem me conforta, me entende, me ama e me ajuda. Não importa onde, não importa quando, não importa o porquê, ele sempre está comigo. Tudo o que eu mais quero é poder falar sobre ele para as pessoas e garanti-las de que elas nunca estão sozinhas. Tudo o que eu mais quero é poder mostrar para elas um livro que mudou a minha vida: O Livro de Mórmon. Tudo o que eu mais quero é poder dizer à elas que as famílias podem ser eternas e que Deus organizou um plano de felicidade para todos nós, seus filhos. Ele nos ama. Cristo nos ama. Eu os amo. Sou imensamente grata por ter a oportunidade de servir uma missão.

Olá meninas, este é meu primeiro post aqui no blog e quero contar pra vocês um pouco sobre como decidi servir uma missão de tempo integral mesmo estando noiva. 

Quando eu e meu noivo ainda estávamos namorando, prestes a noivar, decidimos orar ao Pai Celestial e pedir para Ele nos guiar se eu deveria serir uma missão ou ficar em casa, estudar, trabalhar e planejar nosso casamento enquanto meu noivo servia sua missão. Primeiramente tivemos a impressão de que eu deveria ficar e fazer como o planejado, então em Novembro de 2015 nós ficamos noivos e o chamado dele chegou, ele foi chamado para servir na Missão Brasil Maceió, a alegria veio a tona e a saudades já começou a bater. 

Em Janeiro de 2016 ele partiu para sua missão e eu fiquei e logo iniciei os preparativos para o casamento, sai em busca de emprego e estava me planejando para iniciar a Faculdade de Nutrição. Até então tudo estava bem, porém não estava sendo fácil fazer tudo isso sem ele, eu sentia que havia algo faltando. Os meses se passaram e a frustração começou, eu não consegui emprego e fiquei confusa em relação a faculdade, eu realmente não sabia o que fazer, até que a Conferência Geral de Abril chegou e eu senti que deveria assitir a sessão de Domingo na capela, minha família ficou em casa para assistir, porém eu segui meu sentimento e fui assistir sozinha na capela. Logo que a primeira sessão de Domingo terminou eu avistei as Sisters de minha ala e fui cumprimentá-las, ao conversar com elas fiquei sabendo que haveria dois batismos e elas me convidaram para assitir, ficamos o intervalo todo conversando, eu, elas e os outros missionários de minha estaca, foi muito gostoso e o batismo foi muito espiritual. 

Durante o batismo eu chamei alguns Missionários para cantar comigo o Hino ''Mais Perto Quero Estar'', o Espírito nos tocou de uma maneira incríel, asstimos a ultima sessão juntos e fui para casa. Como de costume, antes de dormir me ajoelhei e iniciei minha oração agradecendo ao Pai pela maravilhosa experiência que eu tive e realmente senti que deveria buscar uma maneira de estar mais perto do meu Salvador. Quando começei a agradecer, palavras começaram a surgir em minha mente e um sentimento inexplicável tomou conta de mim, eu começei a chorar e senti de maneira clara e objetiva de que deveria servir uma missão e que o Senhor precisava de mim nessa obra maravilhosa, eu abri meu oração e disse meus medos, então perguntei a Ele ''E meu casamento? O que devo fazer?'', então senti que deveria falar imediatamente com o meu bispo, não hesitei em obedecer e fui falar com ele. Ele, sendo um servo de Deus me guiou e disse ''Muri, se você já teve sua confirmação, o que está esperando para obedecer?''. Isso realmente me tocou e na mesma semana iniciei meus exames para enviar meus papeis. 

Assim o fiz e hoje estou me preparando para servir na Missão Brasil Piracicaba, sei que lá é onde devo estar, o Senhor está confiando em mim para trazer mais almas para o Seu reino. Sou imensamente grata por pertencer a esse evangelho, por estar me preparando para servir uma missão e logo após me casar com o amor da minha vida no templo sagrado e me selar a ele para toda a eternidade. 

Oi, meninas!! Meu primeiro post aqui no blog não podia ser sobre outro assunto. A palavra "missão", para mim, sempre teve um significado especial, mas só depois de ter passado pela experiência de ser uma missionária que percebi o quanto esse trabalho é realmente divino e especial.

Porque a vontade de servir uma missão de tempo integral sempre esteve dentro do meu coração. Cheguei a pensar em não ir, quando o sentimento, então, voltou com maior força. A minha benção patriarcal nunca falou nada sobre o assunto, mas tudo o que eu lia era sobre missão, tudo o que eu sonhava era sobre missão, até meus amigos me diziam que sonhavam comigo na missão. Começou a virar uma rotina ouvir falar nessa palavra. Comecei a duvidar se o Pai Celestial não estaria querendo me dizer algo.

Decidi fazer o que sempre fiz pra obter respostas: orar. Orei 1, 2, 3 vezes, e nada. Decidi orar mais, e não recebi nenhuma resposta. Orei em casa, orei na igreja, orei no templo, e sentia que o Senhor me escutava, mas ele nunca respondia. Já estava ficando desanimada, quando então me lembrei de que ele tem seu tempo para nos mostrar as coisas e que ele sempre prepara um caminho para nós. E que caminho. Eu não poderia ter uma melhor maneira de receber minha resposta do que fazendo o trabalho missionário. 

Essa, na foto ao lado, se chama Mariana. Ela tem 33 anos e 3 filhos. A Maysa, de 8 anos, o Vitor, de 10, e o Vicente, de 15. Conheci a mari na minha faculdade. Certo dia estávamos voltando para casa de ônibus e chegamos no assunto de religião. Tive a oportunidade de prestar meu testemunho sobre o Evangelho com ela e convidá-la para ir à igreja comigo no próximo domingo. E ela foi! Junto com os dois filhos mais novos. Após dois domingos seguidos indo à igreja, os missionários da minha ala começaram a dar palestras para ela em minha casa. Eu participei de todas e senti um espírito muito forte! Em uma das palestras, o élder perguntou para a Mariana se ela havia lido o Livro de Mórmon. Ela disse que sim. Ele perguntou, então, se ela havia orado, e o que havia sentido. Ela respondeu que orou, sim, e que sentiu que receberia a resposta na próxima palestra que tivesse, que foi justamente essa, em que eles perguntaram a ela sobre o livro. Eu, então, fiquei preocupada. A palestra já tinha acabado e, aparentemente, ela não tinha recebido resposta alguma. Foi naquele momento, então, que senti muito forte o espírito me dizendo para orar. Com medo, receio, mas muita fé, prontamente atendi o pedido e eu disse para a mari: "Mari, se você sentiu que ia receber sua resposta aqui, nessa palestra, você vai sentir. Podemos nos ajoelhar? Eu gostaria de fazer uma oração e te prometo que se você tiver fé, o Pai Celestial irá te responder." 

Foi exatamente ali, numa oração, na sala de estar da minha casa, na presença de dois élderes, um amigo da igreja e da Mariana, que comecei a orar em voz alta naquela tarde pedindo para que ela sentisse o que nós sabíamos ser verdade. Mal eu sabia que a resposta viria em dobro. Sim, ela sentiu no coração dela, e sim, o Pai Celestial respondeu claramente minha dúvida: eu serviria uma missão de tempo integral pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Não ouvi sua voz, mas pude sentir que era aquilo que eu deveria fazer. 

A Mariana e seus dois filhos se batizaram ano passado (14/06/2015) e eu mandei meu chamado nessa última quarta-feira (11/05/2016) e estou o aguardando com uma ansiedade que não cabe em mim. Obtive um forte testemunho de que Deus realmente responde nossas orações, mas no tempo certo. Realmente não existiria melhor maneira pela qual Ele poderia me responder, se não através do próprio serviço missionário. Pelos próximos 18 meses vou deixar minha faculdade, minha família, meus amigos e as pessoas que eu amo por um tempinho. Alguns, que não são capazes de entender, falam que sou louca. Sim, eu sou! Sou louca para encontrar pessoas e levar até elas um pouquinho do que me trás tanta felicidade. Não vejo como uma regressão "atrasar" 18 meses da minha vida em prol de pessoas que ainda nem conheço, mas sim progressão, já que sei que as experiências que vou adquirir lá só acrescentarão na minha vida e na vida das pessoas que ainda não conheço, mas já amo.

Meninas, sei que não temos obrigação alguma em ser missionárias. Muitas amigas minhas serviram ou servem missão e muitas não têm esse desejo e sentem que a missão delas é casar mais cedo. Todas somos filhas do Pai Celestial, mas todas somos diferentes e viemos para a terra com propósitos diferentes. Nenhuma de nós se torna melhores que as outras por escolher servir, ou não, uma missão. Uma missionária retornada não será uma melhor mãe pelo simples fato de ter servido. Todas nascemos com o dom divino da maternidade e todas podemos ser mães exemplares para nossos filhos independente da escolha que tomarmos. 

Às meninas que escolhem não ir, eu desejo as melhores bençãos do Senhor! Que vocês possam permanecer firmes e encontrar o companheiro eterno de suas vidas! Às meninas que têm o desejo de servir mas não sabem se é a escolha certa a se fazer eu digo para orarem. Foi exatamente isso que eu fiz e sou muito grata pela experiência espiritual que tive a oportunidade de ter.